O ADN das nações
Vivemos tão focados no curto prazo que nos esquecemos de fazer leituras transversais da nossa história, o que nos priva de uma certa sabedoria, tão importante para relativizarmos o momento presente ou, sobretudo, para não o estranharmos. A centralização e o paternalismo fazem parte do ADN português desde sempre, sendo que as poucas exceções vêm apenas confirmar a regra. Refira-se o exemplo de, na Idade Média, não termos assistido ao feudalismo (que dava, noutras geografias, amplos poderes aos senhores e foi enfraquecendo as casas reais), mas antes ao senhorialismo, pois quase sempre registámos uma forte centralização do poder real. Do mesmo modo, nas gestas quinhentistas, não foram os mercadores que se aventuraram mar adentro e por sua conta. Não, senhor. A magnífica frota lusitana partia a expensas da coroa, que arriscava, mas não sem retorno. Risco não é connosco, o povo, como também não é a iniciativa que o risco pressupõe, ou a responsabilidade pelos logros (ou mesmo pelos lo...